Oi gente,
Hoje faz uma semana que voltei pro Rio depois de um ano morando em Floripa. São duas cidades com várias semelhanças, mas também muitas diferenças, por isso hoje quero contar para vocês o que mais estranhei quando morei na Ilha da Magia.
Floripa é uma cidade muito menor que o Rio, não dá nem pra comparar, tem menos de 500mil habitantes (461524 segundo a Wikipédia) e o Rio mais de 6 milhões (6453682 segundo a Wikipédia), então claro que algumas diferenças estão diretamente ligadas a isso.
Transporte público – ônibus
Eu não tenho carro, não dirijo, então sempre dependo de transporte público. O transporte no Rio é horrível, difícil imaginar pior, mas Floripa ganha essa disputa. Bom, apesar da maior parte da cidade de Florianópolis ser uma ilha, o transporte principal é o ônibus. Existe sim um ou outro trajeto feito por barco, mas ele é muito pouco utilizado (a não ser para o turismo). Pois bem, os ônibus são todos bem organizados, existem terminais em diversas partes da cidade onde você pode trocar de ônibus sem pagar uma nova tarifa e todos os ônibus têm horários que, na maior parte das vezes, são cumpridos.
Era de se imaginar que tudo funcionasse bem, certo? Pois é, mas não é bem assim. E o problema maior é que existem poucos ônibus nas ruas e também poucas linhas. É bem comum termos que pegar três ônibus para ir de um lugar ao outro. Mas isso não seria problema se não houvesse espera no terminal. Mas há, e muita. Reza a lenda de que os ônibus são meio sincronizados para que não haja tanta espera, mas aí basta um pequeno atraso no primeiro ônibus que pronto, lá se vai toda a sincronia. Na hora do rush, de manhã e no fim da tarde, até temos mais opções de ônibus, diversas linhas saem de dez em dez minutos e perder um pode não significar um grande atraso, mas vai perder um ônibus no meio da tarde. Não é razoável, mas é super comum um intervalo de 40, 50 minutos entre um carro e o próximo.
Fora isso, tudo funciona bem, existe um aplicativo ótimo para Android feito por usuários (o Bus maps Floripa) que indica horários, rotas e até te ajuda com as linhas que saem de determinado lugar e vão a outro que você deseje. Se mantivesse a organização, aumentasse o número de linhas e diminuísse os intervalos, ficaria perfeito.
– táxi
Ainda nos transportes, quem vem de uma cidade como o Rio, acostumado a ver uma multidão de carros amarelinhos em qualquer lugar, vai estranhar muito como tem pouco táxi em Florianópolis. Mas tem bem menos habitantes, né? Claro, tem que ter menos táxi mesmo. O problema é no verão, vem muito turista, o número de pessoas dobra e o número de táxis se mantém. Fica difícil encontrar algum vazio na rua.
Trânsito
Durante a maior parte do ano “peguei o maior trânsito” soa bem ridículo quando comparamos com qualquer engarrafamento do Rio, mas isso é bem óbvio, de novo os tamanhos das cidades são muito diferentes. Mas o que me irritava eram os motivos dos engarrafamentos. A maior parte deles é causado por uma rotatória ou pistas únicas que, por algum motivo, ainda não foram duplicadas. Embora seja uma cidade média, ela cresceu muito nos últimos anos e não tem infraestrutura pra quantidade de carros que têm. Claro que o transporte público ser horrível ajuda muito, todo mundo quer ter carro. Nunca peguei nada lá que se comparasse nem de longe a uma Avenida Brasil de 18h, mas sempre dava raiva saber que a culpa era só de uma rotatória. Claro, no verão o trânsito fica bem pior, principalmente indo para as praias de manhã e voltando no fim da tarde.
Pequenos centros
Estranhei muito a organização de Floripa. Perto do Centro as coisas são normais, mas entre o centro e as praias mais afastadas (principalmente do norte da Ilha) existem enormes trechos vazios que em nada lembram uma capital. São trechos de estrada mesmo, muita floresta, terrenos vazios. Às vezes vemos uma ou outra loja perdida, mas no geral parece que estamos saindo de uma cidade e entrando em outra. Claro que nessas praias mais afastadas encontramos sempre um centrinho que, muitas vezes, me lembraram cidades pequenas na beira da praia. Parece que realmente estamos em uma outra cidade, mas na verdade é só um bairro mais afastado do Centro de Florianópolis.
Segurança
Acho que esse item vai ser o que mais vai me trazer saudades. Pra quem sai de uma cidade grande e violenta como o Rio é difícil imaginar a tranquilidade e segurança de Floripa. Claro que existem lugares mais perigosos e atos de violência ocorrem sim, mas não dá pra comparar. Eu já falei que ia à praia sozinha, com câmera e largava minhas coisas na areia sem pedir pra ninguém olhar pra ir no mar. Pois é, isso não é imaginável aqui no Rio. Mesmo se eu deixasse só o chinelo, canga e roupas ia pedir pra alguém olhar e ficar meio preocupada, imagina levar a câmera, impossível. Fui a alguns lugares considerados perigosos lá no Sul, mas nunca me sentia realmente ameaçada ou insegura. Vou sentir falta.
Salgados
Sei, parece meio ridículo falar disso, mas foi algo que senti muita diferença. A maior parte dos salgados que comprei lá foram nos terminais de ônibus e eles são todos meio padronizados, acho que são comprados pré-prontos da mesma empresa. Existe alguma variedade, os fritos (que eu nunca comia porque meu estômago é cheio de frescura) e os assados que, na verdade, se resumem a um pastel de forno grande (lembra uma empanada) em diversos sabores. São bem gostosos sim, mas depois de comer algumas vezes eu enjoei, comecei a sentir falta de comer croissant (meu salgado preferido que eu nunca vou enjoar) e joelho. Não sei como chama joelho em outros lugares, vou ilustrar com uma foto, o recheio pode variar, mas o clássico é queijo e presunto. Sério, eu não aguentava mais comer aquele pastel assado e, uma vez, cheguei a pedir um croissant meio queimado e bem duro, o pior que comi na vida, só pra não ter que comer mais uma vez a empanada.
Isso é um joelho aqui no Rio.
Acho que são os detalhes que trazem mais estranhamento, né? Aquilo que era cotidiano e, de repente, não pode mais ser.
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Beijos