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As eleições e a revolução

Oi gente,

O clima aqui no Rio de Janeiro é de segundo turno e não vou deixar passar a oportunidade pra falar um pouco no assunto.

O mundo que eu quero está bem longe de existir, tem gente que chama de utopia, eu prefiro horizonte (embora em termos práticos dê no mesmo), eu não vou chegar lá, mas é uma direção pra onde caminhar. Não acredito que eu vá ver nada do que realmente quero pra sociedade, mas é a direção da luta pra um dia, quem sabe, a sociedade chegar mais perto.

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Pois bem, as urnas não são o caminho para esse mundo, isso é bem claro para mim, se votar mudasse alguma coisa, seria proibido. Para o que eu quero só as ruas e a revolução, o voto não vai revolucionar nada, não vai mudar de verdade nada, mas ainda assim eu voto (ou voto quando acho que tenho alguma opção plausível). Mas por quê?

Não acredito que a revolução virá por meio do voto, mas acredito que algumas poucas reformas podem vir sim, principalmente quando falamos de legislativo (vereadores, deputados e senadores). Se tratando de executivo (prefeito, governador e presidente), não acredito que conseguem chegar ao poder sem se render ao sistema ou governar sem o apoio do legislativo, mas ainda assim acho que um presidente mais ou menos reacionário pode fazer alguma mínima diferença.

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Nenhuma reforma vai mudar a sociedade nem alcançar o tal horizonte, mas nos últimos anos, por exemplo, vimos as vagas das universidades federais aumentarem e muita gente de família pobre entrando na universidade. No Rio de Janeiro, vimos uma piora considerável nos transportes (pra quem é daqui sabe que de repente a gente não conhece mais nenhuma linha de ônibus, que troncal é esse?), além do encarecimento absurdo da passagem de ônibus que já está quase nos quatro reais.

Então não acho de fato que votar nesse segundo turno vá fazer alguma diferença real aqui na minha cidade, mas dá pra esperar algumas pequenas mudanças que podem sim deixar a vida um pouco menos pior e talvez alguns passinhos mais perto do tal horizonte. Ou talvez eu seja só mais uma romântica.

Beijos

As meninas são mais bonitas na adolescência – ou incitação à pedofilia

Oi gente,

Outro dia estava conversando com algumas amigas sobre adolescência e uma delas disse que, embora tenhamos melhorado bastante dos nossos 15 anos para hoje, durante a adolescência, muitas meninas são bonitas, mas os meninos… Dificilmente algum salva.

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Será que isso é verdade, ou melhor, o que se esconde por trás dessa verdade? Pense nas meninas, desde crianças nós sofremos pressão para sermos bonitas, cuidarmos da nossa aparência e amadurecer depressa, desde pequenas somos sexualizadas e só a beleza é valorizada, a menina é linda, o menino é forte e inteligente.

A mulher é valorizada por ser novinha e o homem por ser maduro e bem sucedido. Basta olhar em sites de pornografia, em músicas, filmes, casais famosos… A novinha sempre tem destaque, a mulher precisa ser mais nova que o homem, muitas vezes bem mais nova, na pornografia, meninas que aparentam ter menos de 18 anos, são muitas vezes caracterizadas para parecerem crianças. Isso sem falar na pornografia e prostituição real de menores de idade, e nos casamentos infantis, ambos muito comuns aqui no Brasil.

Procura no Google imagens de age play, sugar daddy e sugar baby (age play seria brincar que uma das pessoas é muito mais velha que a outra, prática comum para atividades sexuais e claro, a mulher é, na maioria das vezes, a mais nova; sugar daddy é o homem maduro e bem sucedido que quer ostentar e sustentar uma sugar baby, a menina bonita e novinha).

Homem melhora com o tempo, ficam charmosos com seus cabelos brancos e marcas de expressão, tornam-se bem sucedidos, maduros. As mulheres não, elas precisam tingir o cabelo, usar cremes e fazer tratamentos estéticos, ou todos perceberão sua idade real, o que é um problema.

Homens podem envelhecer e continuar sendo galãs, olha o José Mayer, Antônio Fagundes e Tarcísio Meira (só pra ficar entre os brasileiros) que continuam (ou continuaram por muito tempo) fazendo papel de homens desejáveis. As mulheres não, elas logo perdem os papeis principais, são trocadas por outras mais jovens.

Não há nada essencial que faça as mulheres mais bonitas na adolescência ou a maturidade cair melhor para os homens. Mas nossa sociedade continua valorizando essa realidade, o que movimenta muito a indústria da beleza e das plásticas, sem falar na indústria pornográfica e da prostituição, e contribui bastante para perpetuar casais com enorme diferença de idade nos quais o homem é muito mais velho, o que poderíamos chamar também de pedofilia.

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Talvez vocês achem meio “radical” falar em pedofilia quando tratamos de mulheres maiores de 14 anos, mas o incentivo a esse tipo de relação, onde os homens são sempre os mais velhos, não pode ter outro nome. Eu insisto, pesquisem no Google imagens ‘age play’ e vocês vão ver mulheres fingindo serem crianças, ou até mesmo bebês (mas eu nunca vi um homem fingindo ser um bebê na hora do sexo), busquem ‘novinha’ em sites de pornografia e vocês verão também. Se atentem à média de idade da entrada de meninas na prostituição no Brasil (13 anos). Não é possível negar a cultura da pedofilia e como ela chega a nós nos mínimos detalhes.

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Beijos

Mudanças e novos planos

Oi gente,

Quem acompanha (ou acompanhava) o blog percebeu que eu sumi completamente, né? Vou explicar um pouco o porquê e falar dos planos daqui pra frente.

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Estou numa fase intensamente reflexiva da minha vida, principalmente reconsiderando muitos pensamentos que eu tinha. Então de repente esse blog, que refletia o que eu era, acreditava e gostava, ficou meio distante de mim mesma. Confesso que não estou sabendo administrar isso, aí me afastei.

Ainda bem que o nome do blog é isso, aquilo e tal, assim posso continuar mudando e sempre aqui, mas de repente, no seu espaço, terem textos que já não te representam é estranho. Ao mesmo tempo, tudo que escrevi aqui fez parte sim da minha vida, então também não me sinto a vontade pra apenas excluir só porque não concordo mais com aquilo.

A realidade é que não sei muito bem como prosseguir. Tenho muita coisa em mente, mas nada no papel (ou, no caso, na tela) e quero respeitar esse tempo meu também. Vou tentar continuar por aqui, mas sem pressões e sem datas (e isso é difícil pra mim, sou muito metódica) e ver se consigo reestruturar as coisas.

Pra mim nem sempre mudanças são fáceis, então já faz um tempo que estou pensando nessa reestruturação, mas sempre deixando pra depois o ato de realmente sentar e escrever esse post, que seria o início da mudança. Acho que toda mudança pode ser chamada também de amadurecimento, pelo menos quando são mudanças reais e profundas e amadurecer nem sempre é prazeroso, muitas vezes dói e dá vontade de voltar atrás, mas não é possível.

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Bem que muitas vezes a gente diz que a ignorância é uma bênção, né? Pois é, mas depois que você passa a enxergar de outro modo, depois que tiramos o véu, não é possível colocar novamente. Com isso quero dizer que coisas que eu pensava há alguns meses era como se a realidade estivesse coberta com um véu, aí tirei o véu e agora enxergo de outra forma. Claro que existem milhões de véus na realidade e a gente nunca para de abrir a cabeça.

Eu quero dizer com tudo isso que o blog vai voltar (espero), mas também que vai ficar mais político (falei nesse post sobre tudo ser político). Ainda vou postar maquiagem e produtos de cabelo? Sim, acredito que sim quando eu sentir vontade, mas acho que serão posts menos frequentes. E vamos continuar em busca da desconstrução e problematização sempre.

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Beijos

 

Refletindo – consumo consciente

Oi gente,

Atualmente está na moda ser ecologicamente correto, né?

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E é impressionante a quantidade de empresas que vendem essa imagem ou buscam mostrar para os clientes como se preocupam com o planeta com campanhas de reutilização, reciclagem ou diminuição do uso da água, etc. As empresas podem mudar a forma de produzir, distribuir, a propaganda, mas uma coisa não mudam, elas continuam querendo te convencer a comprar seus produtos. Querem convencer que ele é único e necessário para que a gente compre cada vez mais.

Eu não sou do tipo ambientalista nem nada, só não sou muito consumista de forma geral e não gosto de ser feita de boba. Por isso sempre questiono bastante antes de comprar qualquer coisa e não me deixo levar por produtos milagrosos ou aqueles que são apenas uma frescura e que eu vivo muito bem sem, obrigada.

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Na época em que saí da casa dos meus pais meu orçamento deu uma apertada e, pra poder continuar viajando e não atrasar as contas, cortei praticamente todas as compras de maquiagem, roupas, sapatos, etc e foi aí que vi como eu realmente não preciso de nada. Quando dá vontade de comprar algo reflito bastante, ás vezes compro, muitas vezes não.

Outro dia, por exemplo, vi em um blog que lançariam um objeto novo para ajudar a passar delineador nos olhos, ele lembra uma paleta de violão, mas adere na pele. Entendo que muitas pessoas têm dificuldade de delinear os olhos, eu também tenho, mas será que pagar U$16,00 seria a solução para isso? Existem milhões de formas de facilitar o delineador com coisas que temos em casa (colher, esparadrapo, colocar um cartão…), não precisa de um novo produto, bastante caro, para isso. É sobre isso que falo quando digo me sentir enganada.

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E no mundo da beleza é o que mais tem, produtos que prometem facilidades que não são tão reais assim. É cotonete que já vem com demaquilante, água termal pra se refrescar nos dias de calor com preços altíssimos, objeto para evitar de sujar a pálpebra com o rímel… Claro que cada um vai decidir onde gastar seu dinheiro e o que é ou não inútil para si mesmo, só acho que devemos refletir nesse enorme aumento do consumo e na venda de coisas que supostamente facilitam muito nossa vida, mas na verdade é apenas mais uma inutilidade inventada pra conseguir nosso dinheiro.

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Beijos

Refletindo – é impossível ser feliz sozinho

Oi gente,

É muito comum encontrar pessoas, principalmente mulheres, solteiras em busca de um relacionamento sério.

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Eu já fui essa pessoa e hoje quero refletir um pouco sobre o assunto. Pois é, há muitos anos atrás, lá em 2009 eu era uma pessoa que queria muito namorar, tinha terminado há pouco um namoro muito conturbado e problemático, não tinha autoestima e tinha carência de sobra, eu precisava de um namorado. Aí era eu mal conhecer alguém que já ia pensando se dava ou não pra namorar, se a gente combinava e tals. E esse desespero todo me levou sim a um namoro, um namoro de 20 dias com um cara que não tinha nada a ver comigo.

Hoje em dia eu penso bem diferente, não acho que buscar um namoro a princípio faça muito sentido. Entendo que tem gente que gosta de ter alguém do lado e tudo mais e busque essa estabilidade, eu também gosto e não tenho medo nenhum de assumir compromisso. O problema, na minha opinião, está em colocar o ato do namoro acima das pessoas envolvidas. Querer namorar independente de com quem seja pra mim é bem complicado.

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Pra mim namoro deve acontecer quando gostamos muito de alguém a ponto de querer namorar aquela pessoa e não porque foi a pessoa que apareceu na hora querendo nos namorar também. Não digo que a segunda opção não dá certo ou que seja pior, é só uma opção com a qual eu não concordo mais.

Além de poder trazer um relacionamento com alguém que nem tem tanto a ver com você ou que você nem gosta muito, eu vejo como problemático de o porque de estarmos sempre procurando alguém. Ser solteiro parece ser um grande problema pra sociedade e se você ainda não namorou ou está sem ninguém há um tempo não se preocupe, logo vai surgir alguém. Mas por que precisa surgir alguém? Por que vamos viver procurando e buscando namorar sempre?

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Eu particularmente passei a maior parte da minha vida (depois de perder o BV) namorando, então não sou autoridade pra falar no assunto, eu sei. Mas acho importante refletirmos sobre essa necessidade de termos alguém no campo afetivo/ amoroso e a busca do namoro acima da pessoa (ou pessoas) com quem vamos nos relacionar.

O que vocês acham sobre isso? Sentem essa pressão?

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Beijos

Refletindo – Jessica Jones

Oi gente,

Não tenho o costume de assistir seriados, mas comecei a ouvir todo mundo falando de Jessica Jones e me deu muita vontade de ver.

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É um seriado do Netflix em parceria com a Marvel e conta a história dessa super heroína, Jessica Jones. Eu até gosto um pouco de super heróis, mas não foi isso que me fez querer ver a série. Vi muita gente falando que era uma série que retratava o abuso, relacionamentos abusivos e tinha mulheres fortes, representatividade negra e gay.

Pra começar, a Jessica tem sim super poderes, mas eles não são tão incríveis se a gente compara com os outros super heróis que estamos acostumados. Ela é forte, bem forte, mas não é invencível nem nada, é como se fosse uma pessoa realmente bem forte e ela também pula muito alto. Ela é detetive particular e resolve diversos tipos de casos, desaparecimento, marido traindo, enfim… Existem na série outras pessoas também com habilidades especiais, pessoas diferentes da Jessica, com outras habilidades.

Se você não viu a série e pensa em assistir, talvez seja melhor ler o resto do post depois, com certeza darei spoilers.

O vilão da série é o Kilgrave, que também tem poder. A habilidade de Kilgrave é o controle de mentes, ele pode controlar sua mente e te mandar fazer qualquer coisa, não importa o que ele manda, todos obedecem. E foi isso que aconteceu com a Jessica, ela passou um tempo tendo um relacionamento com ele, não porque ela queria, mas porque ele ordenava. O poder de Kilgrave não é absoluto, as pessoas ficam sobre seu poder apenas por um tempo, depois desse tempo ele tem que dar novas ordens, ou a pessoa estará livre. Também tem um alcance limitado, ele não pode chegar no rádio e controlar a cidade inteira.

Bem, a Jessica consegue se livrar desse relacionamento, mas não consegue tocar sua vida normalmente. Os fantasmas do seu passado estão presentes o tempo inteiro, ela tem problemas com bebida e muita dificuldade de seguir adiante. Está tentando se reestabelecer com uma carreira de detetive particular e aí ela tem contato com os pais de uma menina que está desaparecida, Hope.

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Ela investiga e encontra a Hope, mas ela não era apenas uma jovem desaparecida, ela era uma nova vítima de Kilgrave. A Jessica chega a devolver ela pros pais, mas a Hope mata os pais e vai presa. E aí a Jessica começa uma missão de conseguir capturar o vilão, sem matá-lo, para poder provar a inocência da Hope. A Jessica sabia exatamente o que era estar presa nesse relacionamento e sabia que a Hope era inocente, era uma vítima. E aí entra a discussão da culpabilização da mulher.

O Kilgrave representa o homem do relacionamento abusivo. Claro que o poder que ele tem mais intenso do que o que vemos na vida real, mas muito semelhante. Se Kilgrave manda uma pessoa se matar, ela se mata. Na vida real isso não acontece de fato, mas o número de mulheres mortas por parceiros é enorme. A mulher que está em um relacionamento abusivo muitas vezes se sente imobilizada, não consegue reagir, não consegue se livrar, assim como as vítimas da série. E assim como a Jessica e a Hope não são culpadas, a culpa também não é da mulher, ela é a vítima do relacionamento, ninguém apanha porque quer. Muitas vezes ela tem uma dependência emocional e psicológica tão grande que, apesar de saber que deve se livrar, ela não consegue.

Kilgrave é o maior vilão e sua relação com Jessica é a trama principal, mas não é o único ponto interessante da série. Como eu disse no início, podemos ver representatividade negra, personagens negros homens e mulheres e também representatividade lésbica.

Existem também outros relacionamentos bem problemáticos, como o de Trish Walker, melhor amiga de Jessica, e sua mãe. Embora sua mãe não tenha nenhum poder, ela tem uma capacidade de manipulação enorme e tem uma relação completamente abusiva com a filha. Quando Trish é criança ela trabalha em um programa na TV e sua mãe a controla completamente, a obriga a fazer o programa, como agir no programa, o que comer, o que fazer… É um relacionamento extremamente doentio e abusivo, embora a mãe de Trish não tenha nenhum super poder.

Trish, assim como muitas vítimas de relacionamentos tóxicos, morre de vergonha de sua relação com a mãe, mas não tem forças para se livrar dele. Jéssica, que é criada como irmã de Trish depois que sua família sofre um acidente, tenta ajudá-la e ameaça denunciar a mãe, mas a amiga implora para que não conte. Ela prefere esconder o relacionamento e continuar sofrendo com ele do que denunciá-lo. Pode parecer loucura, mas é muito comum que as vítimas estejam tão fragilizadas, que não conseguem denunciar, ou, logo após a denúncia, retirem a queixa.

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Claramente as personagens fortes são as mulheres, Jessica, Trish, Jeryn Hogarth (chefe de Jessica) e é bem interessante como os homens brancos são retratados. Há dois homens brancos realmente importantes na trama, Kilgrave e Will Simpson, que se torna namorado de Trish num relacionamento também problemático. Há um momento em que Jessica, Trish e Simpson estão conversando e ele o tempo todo interrompe Trish, gritando mais alto que ela e a calando. Isso é tão comum na vida real que poderia até passar despercebido. Claramente Will acredita que ele, como homem, é quem deve resolver as coisas e chega a prender Trish em casa, impedindo que ela também aja.

Existem várias outras tramas na série, como a de Jeryn Hogarth, sua secretária, Pam, e a ex mulher, Wendy; Luke e a esposa assassinada Reeva Connors; e os pais de Kilgrave, mas esse post já está enorme. Acho que deu pra ver que eu gostei da série, né? Achei os assuntos tratados bem desenvolvidos e uma série de super heróis bem diferente das que eu já conhecia. Já viram essa série? O que acharam?

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Beijos

Vale a pena #1

Oi gente,

Decidi inaugurar essa nova seção aqui no blog, a Vale a pena.

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Eu sempre entro em um monte de sites, blogs, links e assisto á vídeos e várias vezes gosto tanto do que vejo/ leio que fico com vontade de mostrar pra todo mundo. Nesse tipo de post vou fazer exatamente isso, mostrar um pouco do que eu vi e acho que vale a pena vocês verem também. Não vai ter data certa, quando eu reunir alguns links que eu acho que valem a pena, vou postar aqui.

  1. Eu gosto muito desse canal de forma geral, mas esse vídeo em especial é muito bom. É meio antigo, do início do ano, mas vale a pena. É uma reflexão sobre os privilégios que temos na sociedade. Muitas vezes nos acostumamos tanto com a posição privilegiada que nem questionamos mais. Mas é importante sempre lembrar em que momentos somos sim opressores e o que podemos fazer quanto a isso.

  1. Eu falei um pouco sobre transexualidade há algum tempo, mas não sou transgênera, então, embora seja uma luta que eu apoie, não é minha luta. Nesse vídeo a Paula conta um pouco sobre ela e sobre coisas que não devemos dizer às trans. Ela tem também outros vídeos falando sobre preconceito, vlogs, reflexões…

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  1. Esse texto é maravilhoso, sobre relacionamento abusivo. Ele trata principalmente sobre as violências mais veladas, aquelas que não são físicas. Não é porque ele não te bate ou nunca encostou a mão em você que ele não pode ser abusivo. Você merece respeito e muito amor, então não pense que “não é tão ruim assim” ou que você vai ficar sozinha se terminar, liberte-se. (coloquei as palavras referentes ao abusador no masculino e referente à abusada no feminino porque a maior parte dos relacionamentos abusivos são assim, mas nada impede que no seu caso seja diferente).

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  1. Conheci esse canal há pouquíssimo tempo, ainda não vi todos os vídeos, mas gostei bastante, a Nátaly fala de diversas coisas e fala bastante de empoderamento negro. Acho ótimo porque eu, como pessoa branca, nunca sofri racismo e acho importante ouvir as negras pra tentar entender melhor e me reconstruir sempre.

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  1. Esse texto me chamou atenção desde o título e é bem pequeno, super rápido de ler. Fala um pouco sobre o viés político da vida, de como a partir do momento que você toa consciência de diversos problemas no mundo, você passa a não compactuar mais com diversas coisas super aceitas e se torna a chata, a politicamente correta. A gente vê, diz e faz tanta coisa preconceituosa todos os dias, que se você começar a reparar nisso, com certeza será a chata que fica de mimimi e se vitimiza. Sorte que eu nunca tive problemas em ser chata.

Deixem nos comentários textos, vídeos, coisas que você viu por aí e merecem ser compartilhados.

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Beijos

recado

Refletindo – Não é preconceito, é gosto

Oi gente,

É muito comum que uma pessoa justifique certas escolhas, consideradas preconceituosas, como gosto pessoal.

“Não sou racista/ gordofóbico/ transfóbico/ preconceituoso em relação a deficientes, só não me atraio por negros/ gordos/ trans*/ deficientes”. Será? Não acho que a pessoa que diz isso está mentindo, realmente acredito que ela não se atraia, mas nem por isso quer dizer que não haja preconceito ou que a gente não tenha que refletir sobre.

Se o gosto fosse algo realmente pessoal a gente não veria um padrão tão claro e delimitado, haveria muito mais variedade em relação a padrão de beleza porque cada um se atrairia (não só no sentido sexual, mas de achar bonito mesmo) por pessoas completamente diferentes. Não haveria essas pessoas que são unanimemente bonitas, que todos acham lindas.

Desde que nascemos vamos aprendendo o que é ser bonito, atraente, desejável. O padrão de beleza aparece em todos os lugares, nos filmes, livros, propagandas, revistas, concursos de beleza… E a gente acaba, muitas vezes sem perceber, querendo alcançar esse padrão e acreditando que aquilo que a mídia coloca como bonito é realmente o que nós achamos bonito, que é uma opinião nossa, não que foi imposta.

Só que o padrão é sempre o mesmo, branco, loiro, olhos claros, magro, sem deficiências… Aquele que a gente está cansado de ver em todos os lugares e que é racista, heteronormativo, classista, homofóbico, transfóbico, gordofóbico…Ou seja, um padrão muito preconceituoso que quer isso mesmo, perpetuar todo preconceito. E aí, quando você se encaixa no padrão (e não tô falando de ser isso, tô falando de gostos, de concordar com a imposição de que a beleza é isso mesmo) você tá sim repetindo um padrão preconceituoso.

Então na verdade esse gosto não é seu, ele foi imprimido em todos nós desde que nascemos, e sim, ele é preconceituoso. Você pode apenas continuar insistindo que é seu gosto, ok, mas você pode também tentar desconstruir isso, fazer o exercício de enxergar novas belezas e questionar padrões. Começa colocando no Google homem mais bonito do mundo e mulher mais bonita do mundo.  Eu fiz isso, são pouquíssimos os negros, não tem nenhum gordo, nenhum deficiente, nenhuma mulher masculinizada ou homem afeminado entre tantas coisas que faltam.

E mesmo quando as minorias entram nessa categoria de beleza ainda podemos ver a padronização. Entre uma enorme maioria branca, aparece uma negra com destaque na novela, ela provavelmente vai ter o nariz fino e os traços “delicados” da mulher branca. A lésbica da novela sempre é super feminina, porque ser lésbica tudo bem, mas ser machinho, aí já é vandalismo. Não tô dizendo que só existem lésbicas mais masculinas, tô dizendo que há uma padronização na representação, como se não houvesse variedade.

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Eleita a mulher mais bonita do mundo em 2014 pela revista People. Muita gente discordou dizendo que o problema não era ela ser negra, mas não ser tão bonita. E citavam Halle Berry, que tem os traços mais finos, o cabelo que não é crespo e a pele mais clara, como comparativo. É racismo sim. Fonte da foto: http://www.bet.com/topics/l/lupita-nyong-o.html

Repensar gosto não é uma tarefa fácil, muitas vezes ele está tão incrustado, que não conseguimos ver além, pelo menos não de imediato. Mas é um exercício, se questionar e tentar, cada dia um pouquinho, ver a beleza além da que aparece na mídia. Eu faço esse exercício todos os dias, ainda não venci, mas tô melhorando bastante, cada dia uma pequena vitória.

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Beijos

recado

Refletindo – “erros” de Português

Oi gente,

Eu já falei por aqui que fiz Letras, e quando eu falo isso é bem comum as pessoas falarem coisas como “agora vou prestar atenção nas palavras que vou usar”.

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Parece que ser formado em Letras nos torna uma gramática ou dicionário ambulantes e vamos sair corrigindo todo mundo, mas, pelo menos a formação que eu tive, foi muito diferente disso. Na faculdade aprendemos, por exemplo, que a língua é viva e muda com o tempo. Não só do latim para o Português, mas também dentro do próprio Português. Novas palavras vão sendo criadas o tempo todo a cada novidade que surge e as gírias são substituídas ao longo do tempo.

Aprendemos também que não existe erro em língua para o falante nativo, o que existe são variantes, variedade do Português. Claro que uma criança, que ainda está aprendendo pode cometer erros, ou um estrangeiro também, mas um falante de Português mesmo, fala Português sim, mesmo que fale coisas diferentes do que a gramática diz. Os donos da língua (se é que isso existe) somos nós, falantes, não os gramáticos. A língua não foi criada a toa, ela tem um propósito, que é o de comunicar. E ela deve cumprir esse papel, uma pessoa fala e a outra entende.

O problema é que ela é usada também com instrumento de poder, por isso que existe uma língua considerada certa, a que a gente aprende na escola, já excluindo quem não tem acesso a ela, e outras consideradas erradas. Nas universidades muitas aulas são dadas com uma linguagem que não é todo mundo que entende, muitos médicos também usam nomes técnicos, o que afasta os pacientes, as leis, que deveriam ser para todos, são incompreensíveis para a maioria da população. E desse jeito a gente vai excluindo quem não sabe a tal “língua certa”

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Quem definiu que “os meninos” é mais certo do que “os menino”? Se a gente ouve qualquer um deles a gente entende muito bem e sabe que querem dizer a mesma coisa, os dois cumprem o papel de comunicar com a mesma eficiência, por que um é considerado certo e o outro errado? Ao mesmo tempo que você pode dizer que o certo é o que concorda, então temos que pôr tudo no plural, podemos argumentar que não precisa, fica redundante, se eu digo “os”, já se entende que é plural, então posso usar “menino”. Se tem muita gente falando assim, por que não pode ser também certo, quem define qual o certo?

E esse preconceito leva a muitas outras coisas, é bem comum vermos pessoas desmerecendo o discurso e a argumentação de outras pessoas por causa de “erros de Português”. A frase “primeiro aprende Português, depois vem falar comigo” é horrível, é cruel. Todo falante nativo sabe Português e ele não usar a norma culta não inviabiliza a argumentação e os motivos dele. Se você não tem resposta ou apenas não quer discutir, diga isso, invente outra desculpa, mas não seja preconceituoso, não inferiorize as pessoas pela língua (ou, por motivo nenhum). Vamos respeitas as diversas variedades existentes.

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Beijos

Refletindo – por que eu uso maquiagem?

Oi gente

Eu já falei algumas vezes sobre a beleza natural e da gente não ser obrigada a estar sempre maquiada e perfeita, então por que eu, que defendo a beleza natural, ando maquiada?

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Todos nós nascemos em uma sociedade que nos impõe um monte de padrões e um monte de coisas que mudam dependendo da época, do lugar, classe social, da idade, religião, sexo e várias outras coisas. Por mais que a gente não se jugue vítima da moda ou pretenda não seguir padrões impostos, é muito difícil conseguir se livrar deles. Só a gente olhar uma foto de pessoas há 20 ou 30 anos e de pessoas de agora, bem provável que a gente ache estranho a foto mais antiga, o cabelo dos anos 80, por exemplo. E isso fica ainda mais óbvio se olhamos imagens mais antigas. Claro que tem gente que pode amar a moda do século XVIII, mas daí  a usar na rua os vestidos e espartilhos da época, tem uma enorme diferença.

Não dá pra acreditar que todo mundo mudou de gosto junto, né? O que a gente considera como roupa normal hoje é uma imposição da moda. E as coisas podem até ser mais livres do que há décadas atrás, mas não dá pra negar que existe um padrão que é seguido por quase todo mundo, não importa se você é ligado ou não na moda, compra ou não roupa todo mês.

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Mas voltando pra maquiagem, eu, particularmente, até que nasci em um ambiente que incentivou pouco esse uso, vejo meninas bem pequenas já maquiadas enquanto eu, com meus dez anos pedi maquiagem pra minha mãe pra me fantasiar de vampira, não fazia ideia do que era um rímel ou blush. Aliás, foi através da maquiagem artística que comecei a me interessar por maquiagem. Comecei procurando tutoriais de maquiagem de monstro, sangue, feridas… E, através deles, cheguei em vídeos de maquiagem normal. Eu achava aquilo bonito, que dava um efeito bonito e decidi treinar e aprender.

Foi aí que eu comecei a usar maquiagem conscientemente, mas na verdade sei que não foi completamente uma escolha, foi uma imposição social, todas as mulheres consideradas bonitas na mídia estão maquiadas, mesmo aquelas que parecem que não estão têm a pele sem manchas ou marcas, as bochechas coradas e os cílios longos, curvados e volumosos. Se alguém me perguntar, eu vou dizer que uso maquiagem porque adoro, me divirto mesmo e acho que fica bonito, não mais bonito que a pele natural, mas um bonito diferente. Ok, mas será que é só isso mesmo?

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Eu saio de cara limpa com bastante frequência, no dia a dia só me maquio se realmente estiver afim e prefiro dormir mais cinco minutos do que me maquiar de manhã. Mas ok, sair de dia sem maquiagem é bem normal, pelo menos aqui no Rio, vejo muita gente sem. Mas e se eu tiver uma festa ou for sair de noite em um dia que eu não esteja com vontade de me maquiar? Pronto, todo aquele discurso de eu faço apenas porque quero acabou, eu não iria de cara limpa em um casamento. E olha que nem é nada demais, não tô falando de ir pelada ou de biquíni, tô falando de ir sem maquiagem, que nem todos os homens vão.

Estou escrevendo esse post aqui, não para convidar todas a invadirem festas sem maquiagem, mas pra gente refletir sobre essa imposição (e as milhões de outras que nos fazem) e ver que, mesmo quando parece ser uma escolha, muitas vezes não é. Por isso eu digo que, ir em um lugar onde todos esperam que você vá maquiada sem estar maquiada, é um ato político, romper essas imposições são atos políticos.

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Beijos